Você já se deparou com estes questionamentos:
Onde foi parar a chave do carro? O que vim buscar aqui? De onde eu conheço aquela mulher?
Se você já enfrentou esses "brancos" e concluiu que sua memória não está na melhor forma, antes de atribuir o fato à passagem do tempo ou à correria diária, reflita sobre suas escolhas à mesa. Estudos têm mostrado que a dieta equilibrada é fundamental para o bom funcionamento do cérebro. Cientistas do Human Nutrition Research Center on Aging (HNRCA), da Universidade Tufts, uma das mais renomadas instituições de pesquisa dos EUA, estão empenhados em mostrar que a alimentação adequada contribui para evitar o declínio das funções cognitivas e prevenir doenças degenerativas progressivas como Alzheimer, que ocasiona esquecimentos, dificuldade de raciocínio e alterações de comportamento.
Conheça melhor os alimentos que devem ter lugar garantido em suas refeições
OVO
É a principal fonte de colina, que não só participa da formação de novos neurônios, como ajuda a reparar as células cerebrais avariadas. Fora isso, constitui a matéria-prima da acetilcolina, neurotransmissor fundamental para a memória e o aprendizado. A colina favorece a função cognitiva e a melhora da depressão, ainda é tão importante quanto o ácido fólico para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Uma gema tem cerca de 130 mg de colina.
Salmão, soja, fígado, germe de trigo e feijão trazem concentrações menores. Como se não bastasse, o ovo é fonte de proteína de alto valor biológico e ainda fornece diversas vitaminas do Complexo B, que facilitam a comunicação entre os neurônios.
PEIXE
O peixe alimenta o cérebro e a memória em particular. Ainda mais se for de águas frias, como salmão, sardinha, anchova, atum, arenque e cavala, por fornecerem ácidos graxos altamente benéficos, do tipo ômega 3, que tem reconhecida ação antiinflamatória. Um trabalho da Universidade Laval, no Canadá, demonstrou que eles protegem os neurônios contra os radicais livres, notórios destruidores de células. Nesse grupo de ácidos graxos destaca-se o DHA (ácido docosahexaenóico). Estudos populacionais conduzidos pela equipe de Ernst Schaefer, também do HNRCA, identificaram um risco 47% menor de desenvolver Alzheimer em indivíduos com taxas significativas de DHA por consumirem pelo menos uma porção de peixe por semana. Segundo o pesquisador, esse ácido graxo preserva as membranas dos neurônios, colaborando para a troca de informações entre eles. Por fim, os peixes ainda fornecem a vitamina D, que contribui para a renovação dos neurônios.
É uma das principais fontes de fisetina, composto que favorece o amadurecimento das células nervosas e estimula os mecanismos cerebrais associados à memória. Também possui altos níveis de quercetina, um antioxidante que parece ajudar na estimulação da memória e proteger o cérebro contra a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Ótima fonte de ácido fólico, vitamina do complexo B necessária à formação do sistema nervoso do feto. Participa de reações químicas que regulam a conexão entre as células nervosas e influenciam o desempenho cognitivo.
Fonte de vitamina E; vitamina B1, vitamina B3 e ácido fólico, que auxiliam o desenvolvimento e funcionamento das células nervosas. A niacina (vitamina B3) atua na oxigenação dos tecidos, incluindo o cérebro, melhorando seu desempenho. O manganês reduz irritação nervosa e melhora a memória e o zinco e selênio possuem ação neuroprotetora. Os cereais integrais também estão no grupo dos carboidratos de lenta digestão e ajudam a abastecer o cérebro com a glicose, combustível essencial para o seu funcionamento.
Rico em ácidos graxos monoinsaturados, que integram a membrana das células nervosas e aceleram a transmissão de informação entre elas.
Possui vitamina E; colina; ácido pantotênico (vitamina B5) que atua na liberação da energia dos carboidratos; contem fosfolípidos, nutrientes essenciais para a função cerebral, participando na recuperação das estruturas do sistema nervoso e da memória.
Para prevenir a perda de memória e até mesmo adiá-la, é importante praticar exercícios, assim como palavras cruzadas, leitura diária e, para os mais esquecidos, a adesão de uma agenda para anotações.